Os petroleiros da Petrobras deram início a uma greve de 24 horas nesta segunda-feira, após semanas de assembleias e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação ocorre por tempo indeterminado.
Segundo comunicado divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), a proposta apresentada pela Petrobras não avançou nos três principais pontos da negociação:
1 – Solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros;
2 – Aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal;
3 – Defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a FUP em nota. “A greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros.”
O g1 enviou questionamentos à Petrobras. O espaço permanece aberto para manifestação.
O movimento começou ainda na madrugada, com a entrega das operações de plataformas no Espírito Santo e no Norte Fluminense às equipes de contingência da empresa, além do Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, onde houve adesão integral, segundo informações do sindicato.
Pela manhã, trabalhadores de ao menos seis refinarias — Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR) — também aderiram à paralisação, sem troca de turno.
Antes do início da greve, aposentados e pensionistas retomaram, na quinta-feira (11), uma vigília em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras no Rio de Janeiro, cobrando uma solução para os déficits da Petros.
As mobilizações coincidem com reuniões em Brasília entre representantes da categoria, do governo e da Comissão Quadripartite.
Para a FUP, o impasse se agrava diante do volume de recursos destinados aos acionistas. De acordo com o sindicato, apenas nos primeiros nove meses do ano, a Petrobras desembolsou R$ 37,3 bilhões em dividendos, enquanto, segundo os sindicatos, ofereceu um ganho real de apenas 0,5% no ACT, além de “retrocessos e diferenciações entre trabalhadores da holding e das subsidiárias”.
Por Micaela Santos, g1 — São Paulo
Foto: Marcos Serra Lima/g1









