Os chamados TAF’s (Testes de Aptidão Física) realizado em vários concursos públicos vêm ceivando vidas em todo o país. Na situação mais recente, Arthur Matheus Martins Rosa, morador em Goiânia (GO), acabou morrendo durante prova em Campo Grande.
O caso ocorreu na quinta-feira (3/8) e a morte confirmada na sexta. Ele pretendia seguir carreira na Polícia Militar.
A situação registrada na capital nesta semana não é isolada e vários casos aconteceram esse ano no Brasil, levantando a dúvida sobre se o modelo atual desses testes ainda deve permanecer.
Para se ter uma ideia, em janeiro duas pessoas morreram em Minas Gerais enquanto realizavam o TAF para buscar classificação em concurso da Polícia Penal naquele Estado.
Os casos ocorreram nos dias 10 e 12 daquele mês em Belo Horizonte.
As vítimas passaram mal e acabaram morrendo. Na época, foi informado pela secretaria de Segurança Pública de Minas, que as vítimas sofreram mal súbito durante a realização das provas de resistência.
Em outra situação, praticamente um mês depois, no dia 8 de fevereiro, desta vez no Amapá, homem de 30 anos também acabou passando mal durante o teste para a Polícia Militar daquela Unidade da Federação.
Outros três casos de morte durante a realização desses TAF’s ocorreram no primeiro semestre do ano passado no Rio de Janeiro.
Caso de MS
No caso desta semana em Mato Grosso do Sul, o teste de corrida exigia a realização de trajeto de 2,4 mil metros em tempo de 12 minutos. A exigência desse caso, segundo especialistas da área, é considerada de percurso normal em muitos outros concursos pelo país.
Em entrevista concedida neste sábado ao portal G1, Renato Pelaquim, diretor executivo do departamento de educação física da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), o exercício que vitimou Arthur não é considerado de risco.
Porém, ele faz uma ponderação de que é preciso estar preparado fisicamente para praticá-lo.
“Tem gente que treina muito mais intenso que isso em uma academia, em um treino simples de musculação […] Mas as pessoas, nesses dias de prova, costumam fazer o máximo que elas podem. É um dia atípico para ela, então se preparar é a chave do negócio”, orientou, em entrevista ao portal.
Outro ponto citado pelo especialista tem a ver com as altas temperaturas que o Estado vem registrando nos últimos dias. Nesses casos, a frequência cardíaca exige mais do candidato, causando a perda de líquido e um estresse a mais no organismo.
“Em todas as atividades feitas em temperatura mais elevada, a frequência cardíaca exige mais, sua pressão abaixa… O coração tem que bater mais vezes para dar conta da mesma demanda. Se perde muito líquido, é um estresse a mais no organismo. O cansaço é maior e potencializa a chance de arritmia”, disse ao G1.
Legislação
O Brasil não possui uma Lei Federal que dite as regras para a realização de TAF, fazendo com que os critérios sejam definidos de acordo com cada Estado e seguindo o que necessita tal cargo.
Também em entrevista ao portal G1, o advogado especialista em concurso público, Renan Freitas, aponta que existe uma regra geral para a obrigação desses testes de quando ele for exigido e previsto em lei, como no caso dos estatutos que indicam a necessidade para ingressar ao cargo, como a Polícia Militar.
Já para situações que envolvem bagas para ocupação de funções mais burocráticas, por exemplo, não podem ocorrer.
Por: Douradosnews









